sábado, 17 de dezembro de 2011

Eu não preciso de psicanálise

O título foi uma das frases que eu ouvi hoje de Pedro quando ele me ligou pra poder conversar. Ele disse isso quando entrei no contexto relacionado entre ele e o namorado dele. Ele me disse que não estão mais juntos, mas que ainda convivem, no entanto, ele ainda se chamam nas redes sociais de "mor" e seus status estão como namorando. Com isso, vejo que não há muito o que esperar de uma pessoa nesses parâmetros.
Mas na prática, mesmo não tendo gostado de ouvir o que ouvi, fiz o gentil do role, pedi desculpas e continuamos o papo... foi algo natural, mas sem perspectiva. Acho que ele entendeu que eu entendi que não se pode esperar dele mais do que já temos, que é esse convívio distanciado, onde a vida alheia não é nada mais do que uma simples novelinha, ou mini série e que, em algum momento vai acabar. É inevitável.
Depois que a ligação de mais de 44 minutos acabou eu repensei a noite anterior, afinal essa ligação dele só aconteceu pq mandei uma mensagem pra ele meio bêbado dizendo que lembrei dele. Daí acho que a rispidez das minha segunda mensagem em função da resposta dele deve ter causado um pouco com o menino. Repensei sobre a noite, o vazio que rendeu no pós balada, no cansaço relacionado com a frustração que tive em tentar pela primeira vez de verdade me relacionar com alguém. Enfim, não tive respostas às minhas perguntas. Eis que recorri ao Pietro e foi ai que tive uma resposta direta, quase um tapa na cara. E eu adorei.
Nessa conversa específica que tive com ele eu exigi respostas. Respostas para dúvidas que nem eu mesmo sabia racionalmente que tinha, mas que estão latejando dentro de mim. E eu exigi a presença dele, presença maior do que somente em sopros de palavras. Ele veio. E sabe, a primeira contradição com o que nós sabemos sobre mentores do plano espiritual? É que a aparência deles não é da forma que a mídia vende. Ao menos Pietro não é! Mas voltando ao assunto, ele apareceu pra mim num local escuro, pude olhá-lo nos olhos. Ele me perguntou de novo se eu queria as respostas. Eu disse que sim! Daí ele me pegou pelo antebraço e me fez caminhar. Andamos até um abismo próximo de onde estávamos, mas que a escuridão não permitia perceber. Nos jogamos e na queda pude perceber que passávamos por cima de um vale em tons fortes de vermelho. Era um local abafado e com movimentação, não pude ver bem quem se movimentava porque estávamos mto alto e mesmo que eu sentisse a queda livre não nos aproximávamos desse chão. Quando tocamos o solo estávamos num local parecido com o que inicialmente o Pietro apareceu pra mim, mas olhamos para o horizonte. Vi luzes aparecendo por lá, como se o dia fosse amanhecer de um dia numa noite sem lua e, por isso escura, mas eu inconscientemente sabia que lá não existiam dias e noites naquele local, era sempre dessa forma.
Quando o questionei por causa das minhas duvidas, que nesse momento não sei quais são, mas pelo tempo que conversamos aparentavam ser muitas, ele me disse que me levou ali não para me dar respostas, mas sim mostrar o quanto o mundo é amplo e como são grandes as possibilidades, caminhos para ser feliz. Ele me disse que uma pessoa esclarecida como eu não tinha que me prender em questionamentos do tipo. Não era mais pertinente. Me disse também que a função dele junto a minha pessoa é me fazer uma pessoa mais esclarecida e que isso só acontecerá por meio de auto conhecimento e não com respostas para todas as minhas dúvidas. Muitas delas só eu tenho a resposta.
Enfim, conversamos muito e depois que ele me trouxe de volta eu percebi que estava (e ainda estou) muito mais calmo e sereno. Na verdade com todos os sintomas de alegria e isso me felicita muito.
Sentimentos ruins que tinha com relação ao final do período letivo, com esse pseudo relacionamento fake com Pedro, com relação a pontos de âmbito familiar que estão na minha cabeça não me abalam emocionalmente. Percebi que algumas coisas são inevitáveis, mas sofrer com elas é somente um caminho, e que não pretendo mais seguir. E mesmo quando eu conversar sobre coisas da vida com as pessoas e elas virem com o ríspido comentário de "eu não preciso de psicanálise" não me abalarei mais, e digo isso de coração. :P :)

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