sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Como se sentir.

Não que eu não me permita machucar, mas essa ferida não será mais aberta. Tem aberturas que tem que ser fechadas, é melhor, mais saudavel e mais integro. Manter certos tipos de feridas abertas ou não deixar cicatrizar só fazem com que haja mais uma porta de entrada para o que não deve. Fere localmente e nos pontos mais internos que possa atingir.

E nos momentos que pensamos em fechar certas portas de entrada, por medo de nos ferirmos, que nos permitimos, por amor viver. E é assim que possíveis novas portas são abertas. Mas dessa vez não são feridas, cortes ou nem hematomas. São aberturas para perfumes, frio, calor, muita luz, ou pouca, aberturas para a voz, o dizer, ou o silêncio oportuno. É a abertura para tudo o que é natural, é permitido, para o que é tão simples, tão comum que o imenso prazer que essas condições nos trazem não nos podem ser vistos. Contudo estão de forma tão constante e intensa nas nossas vidas que a falta de qualquer uma delas geraria tamanho sofrimento. Sofrimento esse que certamente é maior do que qualquer um dos gerados pelas feridas vindas com os dias ,e que devem cicatrizar.

É esse tipo de permissão que tem que ser avaliada, ora com olhos humanos, ora com olhos do coração, ora com olhos fechados. E quando não se sabe por qual porta de entrada visual observar, feche os olhos, respire fundo três vezes, faça silêncio mental até que a essência da sua pessoa, que é anterior até ao seu nome, se permita ouvir a resposta. Essa é ar eceita, simples, porém nada simplória.

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